Ordem de despejo já afeta a Cruz Vermelha

12/08/2012 19:26

Rio -  A rotina da Escola de Enfermagem da Cruz Vermelha foi abalada com a notícia de que a entidade assistencial está com ordem de despejo do imóvel que ocupa desde a sua fundação.

A instituição, que todo dia recebe entre 10 e 15 inscrições, passou o dia vazia nesta quinta-feira. Na tentativa de acalmar os alunos, a direção garante que não vai sair do prédio.

Ainda nesta quinta, Letícia Del Ciampo, presidente da filial de Petrópolis e responsável pelas denúncias de desvio de verba, fez pedido de proteção pessoal ao Ministério Público. Ela alega que está sendo ameaçada de morte.

“Não vamos sair daqui, os alunos podem ficar tranquilos. Quem tem interesse no curso também pode vir se inscrever porque a Escola de Enfermagem não vai acabar. Temos o apoio da Assembleia Geral Nacional da Cruz Vermelha, que não concorda com a decisão de nos retirar daqui”, garante Rosely Sampaio, diretora executiva da Cruz Vermelha do Rio.

A entidade foi notificada em 13 de junho de que teria 30 dias para deixar o imóvel que hoje aluga, no prédio da Cruz Vermelha do Brasil.

Assustados com a notificação de despejo, alunos do curso técnico estão preocupados com o que pode acontecer caso em dezembro a escola tenha mesmo que sair.

“Acho um absurdo! Passei o dia nervosa. São dois órgãos que têm o mesmo objetivo: ajudar o próximo. Como pode a Cruz Vermelha querer expulsar a própria Cruz Vermelha?”, questiona Joyce Martins dos Santos Pacheco, 33 anos. “Vamos fazer o que for preciso para evitar essa desocupação.”

Após denúncia, presidente de filial ameaçada

Após as denúncias, Letícia Del Ciampo está sofrendo com retaliações. Nesta quinta-feira, depois de ser ameaçada de morte por telefone, procurou o Ministério Público para pedir segurança e hoje fará registro na 16ª DP (Barra da Tijuca) pelo mesmo motivo.

“Estou recebendo ligações há uma semana. A voz é de homem dizendo para eu tomar cuidado ao andar sozinha e que as pessoas que denunciei têm contato com políticos influentes em Brasília”, contou.

Ajuda de comitê internacional

Nesta quinta-feira, Walmir Moreira Serra reassumiu a presidência da CVB. Ele, que é titular do posto, estava licenciado desde o dia 2.

Ele entregou documento ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha pedindo cooperação na auditoria para apurar o destino dos recursos recebidos para ajudar desabrigados da Região Serrana e do terremoto do Japão e para o combate à fome da Somália.

“Ainda não posso responder se vamos trabalhar na auditoria, depende da Federação Internacional da Cruz Vermelha. Mas o Comitê só participa se puder coordenar o trabalho de forma independente”, diz.

 

FONTE: O DIA. Por Fernanda Alves