Estudo aponta melhoria na saúde do adulto em BH

27/11/2012 12:45

Publicado recentemente na forma de livro, o estudo “Saúde dos Adultos em Belo Horizonte” concluiu que a saúde do adulto no município melhorou com base em um importante indicador: a autoavaliação da saúde. O estudo levou em consideração dados coletados pela população acima de 20 anos de idade, nos anos de 2003 e 2010.

De acordo com uma das autoras, a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Maria Fernanda Lima-Costa, a autoavaliação é um “indicador relevante para a averiguação dos níveis de saúde de uma população, já que estão relacionados à prevalência de doenças importantes, bem como aos níveis de mortalidade”.

Os dados de 2010 apontam para melhorias relacionadas às condições de saúde física e mental, além de melhora nas condições crônicas, sobretudo na diminuição dos problemas musculoesqueléticos. “Os belo-horizontinos avaliaram melhor a própria saúde e informaram menos problemas de ordem física e mental. Também caiu a prevalência de algumas doenças crônicas, como a depressão. No mesmo sentido, a proporção de fumantes caiu acentuadamente, em consonância com o sucesso da política nacional para o controle do tabagismo”, relaciona a professora.

Outro ponto que reflete as melhores condições de salubridade é a alta taxa de cobertura dos exames preventivos de pressão arterial, nível de colesterol, mamografia e exame de colo de útero (papanicolau). Segundo Maria Fernanda, “a alta cobertura destes exames alcançou patamares recomendados internacionalmente”.

Contrapartida

Com a melhora nas condições de saúde, os indivíduos pesquisados informaram menos situações de procura aos serviços de saúde. No entanto, continuam frequentes as reclamações quanto à qualidade do serviço prestado. “Houve diminuição do número de consultas médicas e hospitalizações, com redução pela metade daqueles que informaram ter alguma dificuldade para a obtenção de medicamentos, mas permanecem as queixas relativas à falta de médicos nos postos de saúde e dificuldade pra conseguir uma senha”, disse a autora.

O estudo concluiu ainda que, de acordo com as condições sociais dos indivíduos entrevistados, quanto menor o nível de escolaridade, maiores serão as queixas e piores serão os hábitos relacionados ao bem estar e à saúde, como por exemplo, a prática de esportes. “Os resultados mostram importantes desigualdades sociais na condição, no acesso e uso dos serviços de saúde. Todos esses indicadores foram visivelmente piores entre pessoas com nível de escolaridade mais baixo”, completou Maria Fernanda.

Saúde dos Adultos em Belo Horizonte


Autores: Maria Fernanda Lima-Costa; Maria Turci e James Macinko
Edição: Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento da Fundação Oswaldo cruz e Universidade Federal de Mnas Gerais
2012