Idosos: enfrentando fragilidades e prevenindo quedas

29/09/2012 20:33

O envelhecimento, antes considerado um fenômeno, hoje, faz parte da realidade da maioria das sociedades. Segundo o IBGE de 2010, a população idosa é de 21 milhões no Brasil. É esperado que um brasileiro viva pelo menos 73,5 anos. Em Santa Catarina, a população de idosos é 656.269 (10,5% da população), com uma expectativa de vida de 75,8 anos (homens: 72,6 anos e mulheres: 79,1 anos). Em Criciúma temos 17.996 idosos, sendo 7.698 homens e 10.298 mulheres.
Hoje, trabalha-se com os gigantes da geriatria quesão os 5 "Is": Instabilidade e Queda; Imobilidade; Incontinência (urinária e fecal); Insuficiência cognitiva e as Iatrogenias. Destacamos a instabilidade e queda, que é um evento não esperado, no qual a pessoa cai ao chão de um mesmo nível ou um nível superior, determinado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade.
As quedas acontecem em 30% dos idosos com 65 anos ou mais e em 50% daqueles com mais de 80 anos. Tais eventos acontecem pelo menos uma vez ao ano, sendo a principal causa de morte por acidentes em idosos. Desses, 6% necessitam hospitalização ou imobilização e 5% das quedas resultam em fraturas, em que a fratura de colo de fêmur está em primeiro lugar. Com este agravo, só 50% permanecem vivos dois anos depois. Metade dos que sobrevivem ficam dependente dos cuidados de outras pessoas. Uma queda pode gerar uma debilidade e vulnerabilidade física. Com sequela, que inclui não somente fraturas e complicações associadas, mas também uma redução de movimentos, levando a dependência, isolamento social e medo, além do elevado custo econômico e social.
Existem fatores de riscos para as quedas: os intrínseco, extrínsecos e comportamentais. Os extrínsecos: pisos escorregadios, tapetes, calçadas inadequadas, escadas, pouca iluminação, obstáculos no caminho, falta de corrimãos, altura do sofá e cama, roupas e calçados inadequados. Intrínseco: idade acima de 80 anos, sexo feminino, déficit cognitivo, pouca visão e audição, diminuição do equilíbrio, calosidade e problemas nos pés, uso de medicamentos, desatenção, osteoporose e fraqueza muscular. E os comportamentais: episódios de quedas anteriores, medo, sedentarismo, uso abusivo de álcool, negação da fragilidade, automedicamentação. Enfim, é difícil determinar qual tipo de fator contribuiu para a queda, mas pode ser desencadeada pela interação entre os fatores.
O gerenciamento desses fatores contribuirá para prevenção de quedas. Avaliação detalhada dos riscos é imprenscidível às intervenções multifatoriais individualizadas: correção visual e auditiva; treinamento da marcha, melhorar o equilíbrio fortalecendo os músculos; oferta e treinamento de órteses apropriadas, tratamento para algumas doenças como as osteoarticular, a hipotensão postural e as tonteiras, revisar todos os medicamentos em uso. Como também as modificações ambientais, as quais estão implicados em 30% a 50% dos casos. As comportamentais podem envolver a participação da pessoa idosa na sociedade, como também ações de saúde voltadas a prevenção de quedas, no qual prevenir a queda pode significar prevenção da perda da autonomia e independência e preservar a conservação da capacidade funcional do idoso.
A responsabilidade da pessoa idosa é de todos, família, sociedade e poder público. A prática de ações preventivas e informações poderão fazer a diferença entre cair ou não e ser resultante para uma dependência e uma incapacidade. Envelhecimento bem-sucedido é bom, ruim é ficar dependente.

 

FONTE: CLICATRIBUNA

www.atribunanet.com/noticia/idosos-enfrentando-fragilidades-e-prevenindo-quedas-84645